Quebrando tudo na festinha hétero

Em minha defesa, sexta-feira foi a minha última prova da faculdade e a festa que eu fui era hétero e com bebida liberada, ou seja, além deu merecer beber, eu precisava beber para agüentar a festa.

Chegando no lugar a fila tava gigantesca e eu, obviamente, não conhecia ninguém, então tratei logo de ligar para o aniversariante, o Julio Sem-Noção,(que não ganhou esse apelido a toa) e avisei que se tivesse que enfrentar aquela fila nem ia rolar de entrar, ele usou seus contatos(amo pessoas com contatos) e eu passei de ultimo da fila para dentro da festinha em menos de 5 minutos.

Eu já fui tratando logo de conhecer onde ficava o bar e como eu não conhecia ninguém me juntei a uma amiga do aniversariante, que também estava disponível para o álcool e começamos a pegar bebidas, comecei com duas caipirinhas de maracujá.

Assim que terminei as duas, eu já estava bêbado o suficiente pra sacar um dos 3 óculos persianas que levei. Obviamente foi aquele rebuliço de sempre quando as pessoas viram e logo de cara alguns tentaram fazer amizade, aos quais eu ignorei de boa. Quando fui pegar mais bebidas, a Prix resolveu dar o ar da graça, juntamente com o Hugo e o Bitten. E eles já foram direto pro bar, afinal alcoolismo é o que nos une.

Quando voltamos pra parte de cima, porque tocava hip-hop, que é bem mais fácil de aturar do que música eletrônica, que era o que tocava na pista de baixo, a amiga do aniversariante resolveu perguntar para um garoto mais obviamente hétero da festa se ele era gay, o garoto ficou bastante puto e ela veio falar comigo e me contar tudo o que aconteceu como se eu tivesse qualquer interesse na história ou no garoto. Nessa hora eu percebi que ela poderia colocar minha integridade física em risco e resolvi que seria melhor não ficar mais andando com ela.

Em algum determinado momento apareceram duas tequileiras e ficaram dançando no palquinho do DJ, eu achando que já ia ser começado a servir a tequila, resolvi subir no banco lateral e ficar mandando elas pararem de dançar e jogar logo a tequila na minha boca, até ser prontamente retirado por um dos seguranças, enquanto isso, o Julio, com um paco de dinheiro na mão, ficava perguntando para elas, quanto era o programa,

Prix, Hugo, Bitten e eu resolvemos voltar pro bar e pegar cervejas, porque demorava menos para conseguir e servia ao propósito de ficarmos bêbados. Nisso o Bitten da a idéia de fazer cerveja na pressão só que sem a pressão, eu não entendi muito bem e resolvi fazer do jeito que eu sei, que é sacudindo a latinha, espirrando bebida em todos a minha volta e bebendo tudo feito um ogro. No momento exato que eu termino a latinha começa a tocar Umbrella, e se tem uma música que a Prix e eu amamos nesse mundo é Umbrella.

De volta pra pista mais pessoas tentaram fazer amizade comigo, aos quais eu continuei a ignorar, e fiquei com a Prix fazendo nosso Happy-Hands-Coreography, que consiste em fazer passos literais para cada estrofe da música. Terminado Umbrella as tequileiras finalmente resolveram fazer algo que preste e começaram a distribuir tequila, eu corri pra fila, porque 1) eu AMO tequila e 2) eu nunca tinha bebida com uma tequileira, era uma oportunidade imperdível. Depois de me explicarem o processo e de sacudirem a minha cabeça enquanto ficavam apitando no meu ouvido, um das tequilieras perguntou se eu gostei, “É... Já tive melhores... Quer dizer, você nem esfregou os peitos na minha cara sabe?”.Senti que ela ficou levemente puta com a minha resposta, sendo que eu nem sei porque eu falei isso, mas sei que a tequila bateu bem pesado e não pretendo faze-lo nunca mais na minha vida.

Algum tempo depois, eu resolvi que tava na hora de importunar o DJ e fiquei pedindo pra ele tocar Kanie West, e por motivos do álcool, acabei fazendo amizade com uma garota chamada Simone, que tava por ali. A gente se deu bem logo de cara e acabamos passando mais de 1 hora conversando e rodando pela boate, minha intenção era coloca-la pra pegar o Bitten ou o Julio, porém, como eu não encontrava nenhum dos dois, eu a convenci a ficar com um garoto que era legal e que tava na área e chegou nela.

Depois que ela foi embora eu achei a Prix, que já estava preocupada com meu paradeiro. Nessa hora eu percebi que já estava muito além de bêbado e resolvi pegar uma coca e uma água e sentar um pouco para tentar segurar a onda, 15 minutos depois eu estava abraçando o vaso sanitário e vomitando exorcista-style. Quando volto pra mesa, o Julio resolve aparecer com um bolo e cantar parabéns, eu agüentei o parabéns e comi umas 4 garfadas de bolo antes de virar pra debaixo da mesa e começar a vomitar pela segunda vez, enquanto o Bitten tacava champagne na minha cabeça. Nessa hora eu percebi que era de hora de ir embora.

Bitten, Hugo, Prix e eu entramos num táxi e eu fui na parte de trás com a cabeça para fora da janela, mal começamos a andar e eu já tava vomitando a lateral inteira do táxi e depois eu apaguei e só acordei quando estávamos chegando no meu condomínio. Dei todo o dinheiro que eu tinha na carteira pra Prix, que devia ser uns 15 reais, e sai do carro totalmente desorientado Assim que passei pelo portão do meu condomínio, me apoiei em uma parede e comecei a vomitar novamente, terminado de botar os bagos pra fora, eu retomo meu caminho e vejo o porteiro com uma cara completamente assustada e paralisado olhando pra mim, eu dou um boa noite e continuo meu caminho até a portaria do meu prédio. Achei meio rude a atitude desse porteiro, os porteiros do meu antigo condomínio, sempre que eu chegava nesse estado, abriam a porta do prédio pra mim e algumas vezes até me auxiliavam com os botões do elevador, muito mais prestativos.

O dia seguinte foi uma ressaca infernal, tudo o que eu comia me dava enjôo, e, pra piorar, eu perdi os 3 óculos persianas que eu levei e um dos protetores do fone de ouvido do meu celular. Mas não posso dizer que a noite não tenha sido válida, afinal, não é todo dia que se bebe o suficiente para vomitar 4 vezes e não entrar em coma alcoólico.