A balada da pistoleira muito louca

[ponto_i] Essa é uma galhofa enviada pela @gatuzzi , a história é considerada imprópria para menores de 18 anos, por tanto quem tiver menos que isso é so mentir a idade e se deliciar!!!


Ah! O domingo...Esse dia “deprê” muda completamente de figura quando a segunda que o sucede é um feriado nacional. Todos ficam ávidos a sair, as boates cobram mais barato, então lá vamos nós. Coloco o primeiro vestido que vejo pela frente, um sapato de salto alto e aperto o cinto porque quando se tem amigos divertidos, a diversão começa já no carro.
Chegando ao inferninho glbt, qual não é minha surpresa ao perceber que a fila para a entrada dá a volta no quarteirão devido ao fato da entrada custar meros 15 conto com direito a open bar de cerveja em copos de plástico. Pessoas furando aquela fila grande e que não anda, como bem caracterizou o coleguinha gay da frente:
-Esta fila é um teste psicológico.
Como meu psicológico não anda lá essas coisas (ou não é?), resolvo pagar a bagatela de 40 pilas a fim de entrar sem fila para o camarote com um open bar um pouco melhor, composto por: Rum Montilla, Vodca Komaroff e cerveja em lata Itaipava e com ajuda desta carta variada, eu me encarregaria de ficar no “brilho” até eles entrarem e assim me encontrarem de bom humor.
Já no camarote, diante do meu segundo Hi-Fi, uma bicha me faz um elogio:
- amiga! Adorei o teu vestido!
Como eu já estava me sentindo deslocada, agradeci o elogio e na maior cara de pau ali fiquei. Ficar ali sozinha com a sósia da Marlene Mattos me encarando já estava me dando medo... Cientes que meu intuito no recinto era pegar “mulé” resolveram me ajudar:
- Olha aquela – aponta a biba pra uma mulata de aplique loiro e vestido vermelho.
- Não – digo eu.
- É, muito cafona mesmo – diz a biba;
- E a hippie?- aponta a biba pra uma mocinha delicada, de faixa colorida no cabelo e vestido tye die roxo rodado
-Ah! Essa sim eu gostei, cheia de estilo!
Lá vai o comissário de bordo da classe econômica abordar a moçoila e apontam, eu dou tchauzinho, não satisfeitos, me levam ate ela e me apresento. Depois de toda pompa e circunstancia, a mocinha faz cara de nojinho e diz que é hétero. Eu deixo pra lá, mesmo que seja mentira, pra que vou insistir numa pessoa que não tem interesse em mim? A biba amiga diz:
-Não liga, o cabelo dela era cheio de ponta dupla!
Mais um tempo, eis que avisto meu amiguinho na multidão, com seu cabelinho roxo não seria mesmo difícil! Meu namorado me fala que uma fancha loira que estava atrás de nós na fila, comentou sobre minha aparência física em alto e bom som, e ele foi lá se apresentar como o fiel depositário do material... Na seqüência ele diz que na conversa ela deixa claro que é lésbica, entretanto o achou bonito, com cara de Clark Kent. Ok, vamos lá conhecer essa fancha.
Apresentações devidamente feitas e objetivos claramente traçados chegamos à conclusão: ela topava ficar a três, porém deveria ser no terraço, longe das amigas sapatas, pois ela precisava “manter as aparências” de lésbica convicta que é. Está aí coisa que nunca tinha visto antes.
Conversa vai, caipirinha vem, nos beijamos. Tenho que admitir, menina de cabeça aberta esta, abrir precedente para homem já seria uma coisa incomum, para um casal que acabara de conhecer, impensável. Ela percebe que este tipo de conduta é vexatória mesmo em casas glbt, e fica toda animadinha com a transgressão, se exibe, fala besteira e ri muito.
Conversa vai, amassos vem, ela diz que tem que dar satisfação às amiguinhas. Nós de mãos dadas de correntinha na descida, sinto que empaquei. Quando olho pra trás é ela aos beijos com uma garota aleatória. Raiva. Enquanto ela faz a social, subo pra pegar outro drink meia boca e fazer a manutenção do meu estado de “brilho”. Lá do camarote eu tento acertar ela com minha bebida, mas o estado de brilho afeta minha coordenação motora e acerto a amiga coturno dela que me manda um dedo não muito amigável, até pq pra começar a diversão precisamos de pelo menos dois. É nessa hora que percebo que não é seguro descer mais ao primeiro andar.
Subindo pro terraço que era nosso refúgio das “amigas coturno”, encontro a biba que tentou me arrumar a hippie e diz que a moçoila hippie perguntou por mim. Eu disse:
-Agora? Agora estou me divertindo muito, manda ela tomar no cu. Já mandou? Ela deve ter pensado que todo mundo aqui é uma Gatuzzi (me achando a última bolacha do pacote, ainda mais depois quando ela me deu um tchauzinho sorridente de longe).
No terraço, me senti numa micareta gay, com todo aquele aperto, calor e suor de peitos desnudos e depilados. Nós três nos divertindo e causando impacto, ate que de novo a fancha sucumbe a tentação de beijar mais uma garota aleatória. Eu solto:
- Você é olhuda hein? Está com dois e quer mais.
-É que eu sou muito piranha mesmo, não resisto a mulher bonita.
Foi aí que percebi que eu não era assim tão especial e que devia ter dado uma chance à moçoila hippie, o que não fiz em respeito próprio e a fancha que estava conosco. Mas como nenhuma boa ação fica sem castigo, ela nos convida a ir à sua casa, mas deixa bem claro:
-Eu sou virgem! Ele não vai me comer!
-Ok...
Você deve estar pensando: “Castigo?!”. Sim, isso mesmo, castigo...
Largamos nosso amiguinho de cabelo roxo no ponto de ônibus com 5 conto pra passagem e partirmos para a residência da fancha, afinal vocês me chamariam de veada se corresse dela. Chegando lá, após conversa e banho, fomos deitar. Gente pra cá, gente pra lá, a coisas fluem muito bem. Eis que surge a dúvida: Onde foi parar a camisinha? Ela solta:
-Olha, minha mulher está viajando, achar camisinha na nossa cama é um pouco demais!(Isso que é auto conhecimento, ela é piranha mesmo).
Agora vem a parte do castigo: percebo o maldito preservativo dentro de mim, e eu graciosamente puxando ele pra fora com os dedos... Ela não entendeu nada, achou que isso fosse normal...Afinal ela era e continuara virgem, apesar de achar que ela deveria “reconsiderar sua opção sexual” diante do entusiasmo que demonstrou com o brinquedo novo...
Ao final, trocamos telefone, orkut e MSN. Ela pediu para ligarmos e nos vermos de novo. Mas quem disse que eu tenho coragem depois dessa gafe?