Bebedeiras e Escatologias

Eu nem ia contar das minhas galhofadas de sexta e de sábado porque eu tinha 3 outras festas pra ir e não fui por forças do destino, o que me deixou mega frustrado e frustração não combina com o Blog. Porém, tô aqui no estagio só coçando o meu saco então resolvi fingir que tô trabalhando escrevendo isso aqui.

Primeiro foi o aniversário da Camys, ex-paixão da minha vida (época de colégio, eu tava confuso, sabe como é né?). Fui o primeiro da galera a chegar, então pra matar o tempo eu fiquei bebendo Vodka com Guaraná. Meia hora depois a galera foi chegando e eu já tava bêbado. Obviamente a nossa mesa era a mais animada e com mais tipos de bebidas diferentes. Só que meo, galera bêbada + familiares não combina.

A gente não parava de falar putaria aos berros, fizemos rodada de fire shoot(fazendo a velharada pirar na nossa!!), de Tequila(S2) e de cachaça, incluindo uma cachaça que tava com a validade vencida a 5 anos e o melhor foi que o pai da Camila tava com um timing perfeito e toda vez que ele chegava perto da nossa mesa a gente tava falando algo do tipo “A Camila é boqueteira!!”, “Maconha nada, to numa fase pó agora!!” ou “Geral aqui da o cu!!”. Constrangimento puro. A Camys disse que eu também chamei ela de piranhuda na frente do pai, mas não lembro e se não lembro, não fiz.

E pra completar teve uma hora que uma garota qualquer chegou na nossa mesa super afim de fazer amizade e veio logo se dirigindo a mim:

- Oi!! Vocês ainda tem Malibu?

- Hein?

- Malibu, acabou?

- Prazer Ighor!

- Hahahaah prazer, “bla bla bla”, acabou o Malibu?

- Não sei, deixa eu ver.

Nisso eu pego a garrafa e viro na minha boca os dois últimos goles da bebida. “É, acabou.” A galera nem esperou a garota sair de perto pra começar a rir descontroladamente. Se eu não estivesse tão bêbado eu teria ficado com pena, mas meo, a garota vem do nada pedir Malibu, se ainda fosse uma vodka qualquer ou a cachaça, foda-se, mas Malibu não rola. No total nós matamos uma garrafa de Malibu, duas garrafas de Vodka, meia garrafa de Curaçau Blue, quase uma garrafa inteira de Tequila e incontáveis garrafas e latas de cerveja. Misturar bebida é o forte.

No sábado eu acordei bem cedo e com ressaca e fui encontrar uns amigos do trabalho para irmos à X Maratona Etílica de Copacabana. Isso consiste em ir a 30 bares diferentes e beber um choop e avaliar a bebida e o banheiro e o serviço e bla bla bla. Na verdade a coisa toda só começava por volta do meio-dia, mas ia rolar camisetas grátis pra quem chegasse cedo e se tem uma coisa que eu amo nessa vida são camisetas grátis!!

Cheguei lá e já rolou uma certa decepção, 90% das pessoas reunidas eram da 3° idade e eu achei que fosse ser uma super galera jovem reunida cantando cumbaia, mas tudo bem, peguei minha camisa, tomei meu engove e fiquei esperando a Maratona começar.

A coisa todo só começou a desandar lá pelo quinto bar, que era na verdade um quiosque na beira da praia e pra ir no banheiro rolava uma escadinha pra um subsolo e tal, chegando no banheiro a primeira coisa que eu reparei foi que as portas das cabines eram um verde transparente e a segunda coisa que eu reparei foi que na segunda cabine tinha um cara cagando e ai depois ele começa a se limpar numa boa. Eu fiquei mega constrangido e completamente sem rumo. A ultima vez que eu vi alguém cagando foi quando eu tinha uns 15 anos e meu primo e eu resolvemos invadir uma fábrica de cerâmica que tinha ao lado do condomínio onde ele morava, e no meio da nossa aventura ele diz que precisa fazer uma pausa pra cagar, da uns 10 passos, arreia as calças e começa a soltar aquele barroso esperto, no começo eu achei que ele tava zuando, mas ai quando eu vi a merda saindo eu resolvi virar as costas e dar um pouco de privacidade. Meo, eu mal consigo mijar no meio de uma rua deserta, não compreendo como alguém pode simplesmente cagar de boa com completos desconhecidos passando a sua frente, mas ta beleza.

Lá pelo oitavo bar, eu pirei vendo um cara com um bicho preguiça nos braços: “MEEEEEEEEEEEEEO!!!!!!!!!! AQUELE CARA TEM UM BICHO-PREGUIÇA DE ESTIMAÇÃO!!!!! EU AAAAAAAMO BICHO-PREGUIÇA!!!” , sendo que na verdade era um mico ou sei lá o que de brinquedo estilo fantoche, só que até eu perceber isso eu já tinha gritado horrores e tava geral me olhando.

No décimo bar uma sapatão estilo cantora de buteco puxa um vilão e começa a tocar seu repertório, eu começo a pedir pra ela tocar Raul e puxo musicas do naipe Daniela Mercury, Claudinho e Bochecha e Xuxa e sempre que alguém vinha tentar conversar com a gente eu perguntava se a pessoa estava indignada, no melhor estilo Garota da Laje.

No décimo primeiro bar, a cantoria continuava, mas ai do nada apareceu um cachorro muito fofo e eu super desencanei da música pra ficar brincando com o cachorro. Quinze minutos depois eu embarquei numa conversa sem o menor sentido com uma mulher qualquer que se dizia esposa do organizador da Maratona e ai do nada ela manda:

- Olha, eu mijei nas calças!

- Oi?

- É, eu não agüentei chegar no banheiro e acabou saindo um pouquinho nas calças!

E as calças dela realmente pareciam estar mijadas porque tava molhado bem entre as pernas. Ver uma senhora de 50 anos mijada foi um pouco perturbador demais para minha frágil consciência. Em um dia eu já tinha visto um cara fazendo cocô e uma mulher mijada, minha cota de escatologia já estava preenchida e eu achei que era melhor ir pra casa.

Na verdade eu só fui embora pra casa uns 3 bares depois, quando todo mundo começou a trocar e-mail e telefone no maior clima de amizade eterna e aquilo tudo me deu uma preguiça danada, fora que, mesmo que eu quisesse manter contato com a galera eu tinha passado o tempo todo me apresentando como Lucas e eu prefiro não fazer amigos e me desmentir.

(Ps.: O primo cagão não é nenhum dos meus primos já previamente mencionados nesse Blog, acho que ele muito não se importaria de ter seu nome exposto aqui, porque né? Mas eu prefiro poupar o pouco de dignidade que resta a minha família.)