Quebrando tudo na casa dos outros

Acho que o Ighor ainda me achava uma pessoal relativamente normal antes da história que vou contar.

Para que não sabe, conheci o Ighor quando ele se tornou meu cliente na agência de intercâmbio que eu trabalhava, tudo muito profissional, muito bacaninha e tudo mais. Até o dia em que um dos intercambistas do grupo resolveu fazer uma festinha de confraternização na casa dele.

Quer dizer, casa é onde eu moro, o muleque em questão mora numa puta mansão na Barra da Tijuca, e a festtinha foi com tudo tudo liberado, patrocinado pelo Sr. Chileno (vamos chama-lo assim). Sr Chileno veio para o Brasil com a Sra. Chilena e Chileninho, meu cliente.

Chegamos na casa de Chileninho na maior educação, tirando o sapato na entrada e o caralho (suburbano ADORA tirar o sapato na entrada da casa dos outros) Fomos para a piscina, onde a enorme churrasqueira já queimava as carninhas e tal.

Fui pegar alguma coisa pra beber né? Cena de filme: Um baú de jóias e brilhantes reluzia na minha frente ou, simplesmente, um isopor cheio de Cerveja, Smirnoff e várias garrafas de gummy e vodka.

"Vai dar merda" pensei eu.

Chegou a hora de se jogar no piscina, eu no auge dos meus 250kg, tava num fogo só pra exibir meu corpo roliço e meu super meiô florido, coisa linda de Deus. Umas três cervejas e gummies depois, estava eu boiando que nem merda na piscina.

O pessoal já estava bem animadinho né? a tarde foi passando e a bebida descendo. Um dos meus alunos era um gostoso surreal e eu fiquei dando muito mole pra ele, mas ele não me quis.

Olha que eu me ofereci até dentro da sauna, aquela coisa quente e molhadinha rolando. Filho da puta. Nessa hora eu já tinha entregue na mão de Deus e o respeito pela minha imagem profissional já estava no fundo da piscina, junto com um copo que eu deixei cair lá.

Eu e Ighor viramos melhores amigos naquele dia. Nunca me esqueci da hora em que cheguei nele e perguntei "Tu é viado né?", acho que foi alí que nos apaixonamos.

Quando a noite foi chegando, algumas pessoas foram indo embora, menos eu, Ighor, um esquisito que eu esqueci o nome e a *Roberta., ficamos lá enxendo a cara, até que a família Chilena resolveu se juntar. Sr. Chileno nos apresentou o Pisco Sauer, uma bebibda típica, gostosa para caralho e altamente alcólica.

Depois de uns 3 copos de Pisco (ui) eu já estava DORMINDO dentro da piscina apoiada numa bóia. Quando acordei, Sr. Chileno chegou na borda da piscina e me chamou para me entregar outro copo da bebida.

Lá fui eu, alegre indo na direção do velho. Quando lá cheguei, ele se agaixou na minha frente e LAMBEU A MINHA ORELHA.

O VELHO LAMBEU A MINHA ORELHA

Numa situação normal, eu teria dado com a cabeça dele na borda da piscina e enxido aquela água de sangue, mas eu tava bebada, então eu comecei a rir. Fui me arrastando dentro da piscina até chegar no Ighor, rindo pra caralho e achando que eu tava falando baixinho, cheguei no ouvido dele ele e berrei:

CARALHO, SR. CHILENO LAMBEU MINHA ORELHA!! ELE ME LAMBEU!

Seguido por risos histéricos meu e do Ighor.

Pra encurtar a história, eu dormi na piscina, cantei no karaoke, joguei minha reputação profissional no lixo, mas porra....ganhei um puta amigo =)

No final do dia umas duas amigas, que moravam no mesmo condominio, tiveram que me buscar. De acordo com elas, eu estava dormindo na sauna. Eu não lembro disso.

Depois desse dia, Ighor me apelidou de "Pessoa que leva lambida na orelha e faz **paróquia das pessoas"

Uma imagem vale mais do que mil palavras:

*Roberta é um nome fictício da guria que tbm está "disfarçada" na foto.

**Paróquia foi a palavra substituta de paródia que um sujeito bebado não conseguiu falar.