Quinta-feira foi aniversário da Marcela e a idéia era ir pro Galeria Café por volta das 22:30, eu sabia que eles iriam se atrasar então cheguei só as 23:00 e tive que esperar só até 00:00, que foi quando eles resolveram dar o ar da graça. Eu tava MEGA puto, a ponto de mandar geral a merda e ir pra casa, mas ai eu entrei tomei duas cervejas(que eles pagaram pra tentar se redimir) e o ódio passou.

Mal comecei a dançar e vejo um cara meio japonês/ meio paraíba/ meio muito feio me olhando e ai eu comecei a dar mole pra ele, não que eu quisesse alguma coisa, mas é que eu acho que ficar flertando nunca é demais, mas fiz questão de flertar na medida certa pra não encorajar ele à chegar em mim e depois eu fiquei bêbado e desencanei.

Quando eu olho pro lado eu vejo o Alê se pegando com um garoto muito feio e com cordão meio curtinho que dava um look todo taxista a ele, a gente disova o garoto e vai para o fumodromó, lá a gente conhece irmãos gêmeos, que na verdade não eram gêmeos, só absurdamente parecidos, e a gente resolve fazer amizade com eles. Eles faziam o estilo clássico de “irmãos gêmeos” um era completamente extrovertido e rebolativo, enquanto o outro fazia a linha mais introspectivo e era pintor ou desenhista ou algo do tipo, o que me fez ficar perguntando de cinco em cinco minutos se ele "pintava com o meu pinto", denotando a minha maturidade. O gêmeo extrovertido ficava falando alto e cantando músicas de macumba tipo “A Pomba-Gira ta chegando e blá blá blá” e o outro ficava implorando pra ele segurar a onda e por mil vezes a door veio pedir pra ele falar baixo porque costumam chamar a policia e mais blá blá blá.

Depois de dez minutos eles se tornaram chatos e repetitivos e nós voltamos pra festa. Cinco minutos depois os “gêmeos”, que na verdade tem um ano de diferença, reaparecem e o mais saidinho começa a pegar um velho nojento com cordão, pulseira e relógio de ouro, fazendo todo um look bicheiro. Eles ficam 5 minutos se pegando e ai o “gêmeo” introspectivo, entra na jogada e começa a pegar o cara também e depois cada um vai pro seu lado e ai o Alê começa a pegar o gêmeo introspectivo e a coisa toda começa a ficar confusa demais pro meu nível alcoólico, então a gente parte pra fumar de novo.

De volta ao fumódromo a gente começa a conversar com uma galera que tava falando com um americano descendente de japonês, mas que falava português, e nós começamos a falar que japonês tem fama ruim e ele ficou confuso e ai uma garota, que tava descascando mais que cobra quando troca de pele, resolveu fazer amizade com a gente e quando pegamos preguiça de todos, voltamos pra pista.

Estávamos lá quebrando tudo quando eu vejo um garoto de camisa branca que eu havia reparado nele antes de entrar, não porque ele era bonito mas porque ele era um super pau-no-cu. Ele passou bem meia-hora antes de entrar, conversando com a door e com os seguranças e com qualquer pessoa que estivesse usando a camisa do Galeria Café e enquanto ele falava sem parar, todos os outros bocejavam normal na cara dele.

- Duvido você pegar esse garoto.
- Porque?
- Porque ele é um tremendo pau-no-cu (explico toda a história pra ele)
- Hahaha demoro.

Não foi necessário nem desenrolo, o Alê já saiu agarrando e aconteceu o que eu imaginava que fosse acontecer, o garoto gamou e quis ficar andando com a gente, até porque ele tava sozinho lá, e o Alê fez o que eu sabia que ele iria fazer, dispensou o garoto sem nem pestanejar e fomos mais pro meio da pista. Nisso a garota descascando(meo, quem vai pra night descascando?) veio e ficou dançando com a gente por 5 minutos, como se fossemos melhores amigos, e depois foi embora e na hora de se despedir eu tive que segurar muito pra não vomitar ao sentir a pele dela roçando no meu rosto.

Nessa reaparece a galera que a gente tava andando, mais os gêmeos, mais o garoto que o Alê pegou no início e que eu comecei a pegar (e ele praticamente estuprou a minha cara!!!) e mais o garoto pau-no-cu e ainda pra completar eu comecei a dar mole pra um cara no bar, que tinha idade pra ser o meu pai, e quando ele veio falar comigo, eu dei as costas e fui falar com um amigo meu que eu já tinha visto mas não tinha certeza se era ele ou não. Mega confuso.

A gente acabou saindo de lá só as 4:00 da manhã e na volta pra casa nós esbarramos com o taxista-look-a-like que o Alê e eu pegamos e, enquanto esperávamos o ônibus, nós ficavamos sugerindo fazermos sexo a três com ele e dava para ver o brilho de empolgação no olhar dele e quando ele foi pedir o nosso “contato”, nós demos uma enrolada e ele foi embora.

E pra completar, na volta pra casa do Alê, nós ficamos com a cara enfiada na janela e contando “olodum ta rico, olodum ta pobre, olodum ta reggae, olodum ta rock,o olodum piro de vez” pras pessoas da rua, e isso era tipos, 6h da manhã, ou seja as ruas estavam lotadas.

PS.:Tava pesquisando e acabei de descobri que o certo é “olodum ta hippie, olodum ta pop, olodum ta reggae, olodum ta rock,o olodum piro de vez..” e tipos eu iria morrer sem saber disso!!! Galhofas e Galhofeiros também é cultura!