01/10/2010

Quebrando tudo no casamento dos grã fino tudo.

Pois bem, que a Sr. Herdeira de Uma Construtora ia unir seu patrimônio com Sr. Investidor da Bolsa de Ações numa mega cerimônia, daquelas que só o gasto dos convites pagaria as suas contas de 03 meses e ainda sobrava um troco bom.
Desespero por causa do presente – vestido – maquiagem – cabelo – sapato – bolsa pra combinar. Nessa brincadeira, acabei gastando mais do que pretendia gastar no meu próprio casamento! (Uma boa hora pra agradecer ao Mr. Visa e seus parcelamentos).
Chegado o casamento, eu e meus amigos destoávamos do resto dos convidados. Não adianta, quem é rico tem cara de rico, e quem é classe média tem cara de wanna be rico.
Na festa o abismo era visível. Mas visível mesmo, por que a mesa destinada a nós ficava destacada das demais. Senti que Sr. Investidor estava com uma leve vergonha do seu passado classe média, mas enfim, estávamos lá, e isso que importava.
Eu e meus amigos fizemos um pacto de NÃO nos embebedarmos, como faríamos em qualquer festa com bebida grátis. Mas nos comportaríamos muito bem na frente dos ricaços.
Mas essa era uma missão impossível. Não tinha comida.
Okay, não tinha comida de classe média. Era tal de tarte de não sei o quê pra cá, brie com damasco pra lá... Onde estavam todas as bolinhas de queijo, os kibes, as coxinhas???
A gente tava literalmente bebendo pra matar a fome!!!
Depois de quase duas horas um garçom se dirigiu a nós: “Pané de Frango”.
Uma luz no fim do túnel. “Me diga ai seu garçom, no que consiste o Pane de Frango?”
Eis a resposta que queríamos ouvir: “Olha, lá na minha terra, isso é coxinha de galinha. Mas aqui no casamentos dos bacana, é Pane”.
Rolaram uns vivas, e algumas pessoas chegaram a chorar.
Tocado pelo nosso desespero, ele deixou a bandeja na nossa mesa, já que ninguém conseguia enxergar lá mesmo.
Dignidade encerrada, nenhuma das Sr. Gold Diggers, minhas amigas, ia arrumar algum bacana naquele estado (uma chegou a cair de bunda na pista, na frente da Avó Matriarca), eis que uma amiga começa a se agarrar com um amigo.
Okay, nada demais, se não fosse eu que tivesse que relembrar ela desse fato no dia seguinte!
Mas o melhor da noite ainda estava por vir.
Um amigo do grupo que eu costumava pegar veio me abordar com a seguinte questão: Paola, o Fulano quer levar a Fulana no motel, mas tá sem grana... (nesse momento eu pensei que ia rolar uma vaquinha pra ele poder levar ela) E daí ele sugeriu que fôssemos naquelas suítes do VIP’s que é dupla.
- PERAE, a gente quem, minha gente?????
- Ele e ela num andar, eu e você no outro.
- Você não pode simplesmente emprestar o dinheiro pra ele?
- Ele acha que ela vai se sentir mais inclinada se você estiver no andar de baixo.
Ele tava quase falando que nem queria fazer sexo comigo, era só pra ajudar os amigos...
A verdade é que eu estava com fome. E sexo no VIP’s é sexo no VIP’s. Pedi um minuto pra conversar com a Fulana, mas na verdade eu queria ver se meu modelador (aquela cinta pra segurar a pança, sabe?) cabia na minha bolsinha.
Chamei Fulana, contei das intenções, ela ficou ressabiada, mas se juntou nessa comigo pela comida.
Aconteceu que as porras dos modeladores não cabiam nas porras das bolsinhas (hahaha, vocês estão achando que só eu uso modeladores?).
Eu sugeri que jogássemos nossos modeladores no lixo, mas minha amiga ficou com vergonha.
Sem comida, sem sexo, sem nadar na piscina do VIP’s, dei por encerrada minha ida aquele casamento e parti pra um Mc Donald’s.

Resumo da história: você pode tirar o menino da classe média, mas não tira os amigos da classe média.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que casamento caído.